
Bailarino da Toca na galeria dos geniais
13/05/2014
Quem foi o Bailarino da Toca?
13/05/2014Um dos lances mais memoráveis e importantes da história do Cruzeiro poderia se resumir de duas formas quase antagônicas. O gol de Joãozinho, que deu ao clube celeste a taça da Libertadores de 1976, foi descrito como ‘desejo divino’ e ‘molecagem’, entre outras formas. A primeira conquista internacional da Raposa completa 40 anos neste sábado, e o atacante (ponta-esquerda) lembra com emoção tudo o que cercou um ano mágico e também trágico para a nação cruzeirense.
Como em um filme em que o roteiro segue de trás para frente, a memória dos torcedores – quase sempre – se recorda do gol que deu o título da América ao Cruzeiro. O lance também gerou uma confusão nos vestiários, após a conquista, que só não terminou em agressão física pela intervenção do vice-presidente do clube, Carmine Furletti. Joãozinho, conhecido como o Bailarino da Toca, destacou o fato marcante e também comentou sobre o caminho e a importância da conquista, assim como lembrou do saudoso companheiro Roberto Batata.
Terceiro jogo da final contra o River Plate empatado em 2 a 2, aos 42 minutos do segundo tempo. Falta para o Cruzeiro na entrada da área. Todos no Estádio Nacional, no Chile, esperam uma cobrança de Nelinho. O árbitro e os adversários estão concentrados no lateral celeste, que era o batedor oficial da equipe. Joãozinho, então com 22 anos, não só ignorou o companheiro, descrito pelo próprio atacante como o melhor cobrador de faltas no mundo, como também passou por cima das ordens do comandante azul, Zezé Moreira.
“Eu tive maior sorte do mundo, sou um predestinado por Deus. Ninguém esperava que eu batesse aquela falta. Mas eu estava ligado no jogo. Eles tinham empatado batendo uma falta sem que o juiz apitasse. Reclamamos e ele deu o gol mesmo assim. Quando vi todo mundo preocupado com o Nelinho, o goleiro olhando dele para a barreira, o juiz também, (…) não tive dúvidas. O Nelinho tinha me falado que se passasse por cima da cabeça do terceiro homem da barreira, era praticamente gol. Acho que, mesmo que o goleiro estivesse preparado, teria sido gol de qualquer forma”, conta Joãozinho, que lembra da comemoração de todo o time, assim como da ‘bronca’ do treinador.